Biografia atualizada

A No Rest é uma banda punk crust metal que começou seus ensaios no ano de 1989, na época com o nome 666 que foi trocado em 1994. A banda começou com um som pesado com influências de Heavy e Thrash Metal e foi incorporando a sonoridade punk com o tempo.
Gravou 3 álbuns: “Sick Society” lançado em 1998, “Suportar a Dor” em 2003 pelo selo Finlandês Kämäset Levyt que ganhou versão Russa em K7 com letras traduzidas pelo selo Kama Mia, e “Todos os disfarces” em 2006. Em 2000 grava o EP “Contraditória Condição” na Alemanha. Além desses álbuns a No Rest participou de várias coletâneas do Brasil e do exterior sendo a estreia ainda sob o nome 666 no LP “Rock In Tinga” de 1992 com a faixa The Price of the Lie. A primeira demo “What’s the Meaning of This” foi gravada no ano anterior contendo três músicas. Destaque para a coletânea “More Than Music Vol. 1 pelo selo Francês Stonehenge Records, a qual a No Rest gravou a faixa Promessa exclusiva para esta coletânea lançada em 2009 tratando sobre sexismo no punk.
Em 1998 a No Rest pega a estrada para sua primeira turnê que foi se formando no caminho de forma improvisada conforme ia conseguindo contatos e acabou percorrendo 16 mil km rodados por 12 estados no Brasil durante 4 meses.
No ano de 2000 fez sua primeira turnê na Europa igualmente de forma improvisada sem shows agendados previamente, que durou 5 meses passando por Suíça, Alemanha, Polônia, Dinamarca, Suécia e Noruega. A banda volta para Europa em 2002, 2004, 2006 e 2012, e passa além desse países já citados, por Finlândia, Rússia, Estônia, Letônia, Lituânia, Espanha, Itália, França, Portugal, República Checa, Romênia, Bélgica, Holanda, Grécia, Eslovênia, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Áustria, Luxemburgo, Bulgária e Irlanda.
No meio disso em 2004 foi a vez de fazer uma turnê na América Latina passando por Uruguai, Chile, Peru e Bolívia.
A No Rest é conhecida pela forma incomum de fazer turnês de períodos longos percorrendo consideráveis distâncias, pela intensidade das apresentações ao vivo, pela sonoridade tempestuosa e pelas letras instigadoras que incluem entre outros temas a luta pela libertação das mulheres.

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Sem muita novidade por aqui…tivemos problemas técnicos no site e agora estamos resolvendo.
Próximo passo é colocar aqui nossas outras gravações e outras informações relacionadas com nossa história. Mas isso vai precisar de um tempo ainda.

No momento estamos mais uma vez separados a distância de oceanos o que inviabiliza nossas vontades – que nunca morrem – em comum com a No Rest, isso podemos dizer. Quem sabe acontece uma sincronicidade e a gente consiga realizar alguns dos nossos projetos.

Valeu por parar por aqui.Sabemos de todo o reconhecimento e apoio que recebemos de vocês.

Abraços!

31 de Março /// No Rest, Roots NR, Diatribe

No Rest,Roots NR, Diatribe,2014

 

A No Rest toca agora dia 31 de março!

E então seguimos como disse o Zé, na proximidade e na distância. E se passaram 25 anos… Engraçado ser esta a primeira vez que a gente fala nisso, acho que a gente nunca parou pra pensar no tempo e para comemorar o tempo. Isso não significa que não celebramos muitas coisas juntos. Fizemos de diversas formas e cada gig não deixa de ser uma celebração, uma comemoração, um momento que sem entusiasmo não existiria. E sem os amigas e todas as pessoas que nos apoiam deste ou daquele jeito, não existiria.

O dia 31 marca os 50 anos do golpe militar. Nós nascemos na ditadura e sabemos ser importante manter a memória viva, lembrar a censura, as desparecidas (os), as torturadas (os), e os cruéis ataques aos movimentos sociais.  E neste dia escolhemos para também nos expressarmos tocando, gritando, sentindo, denunciando, celebrando a resistência, com revolta e com esperança.

Todos lá! Dia 31 de Março no Signos Pub, começando às 21h em ponto! Tocam com a gente Diatribe de Santa Cruz do Sul e RootsNR aqui de PoA. O ingresso será R$12,00 e, como sempre, teremos banquinhas de materiais feministas, anarquistas, punx, patches, Lps e CDs!

Outono ou Nada e como andam as coisas

#2 do Zine Outono ou Nada

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Pois é…faz um tempo que não atualizamos por aqui…acho que porque nem tudo que acontece parece fazer sentido de escrever…talvez porque pensemos sempre em compartilhar coisas mais objetivas e práticas…principalmente sobre atualizar uma página de banda, onde se espera saber a data de uma próxima gig ou turnê, ou alguma gravação…

mas em fim…a No Rest tem muitas vontades…a vontade que tá em cada um de nós, com todas as implicações disso…nossos anseios, nossas certezas e conturbações, nosso lado mais engraçado e descontraído com nossa parte mais sombria…revolta e esperança. No dia a dia.

Hoje faz 5 dias que o Santi voltou lá pras alemanha…sempre faz muita falta. além de que aprendemos a lidar em como dar continuidade a No Rest mesmo distantes e com pouco tempo quando estamos juntos.

A novidade é que ensaiamos bastante e temos alguns sons novos e então vamos ver o que vamos fazer…optamos desta vez que o Santi veio por não fazer nenhuma gig, não foi uma opção decidida de antemão,mas no decorrer do pouco tempo assim se deu, ficamos mais ensaiando mesmo os sons novos, ao invés de retomarmos os outros.

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Uma outra coisa bacana pra compartilhar aqui, é que no zine Outono ou Nada do Guilherme C.G. tá divulgada parte do diário postado aqui no blog da turnê na europa do ano passado. achamos massa que ele divulgou a turnê, a banda em fim…é muito importante para nós, como poderíamos dizer…o apoio e a lembrança. a parada é pelo faça você mesmo e é assim que vai…

Outono ou Nada é um zine com resenhas de discos, de zines e livros, colunas, entrevistas, divulgação de bandas novas, skate e arte de rua. O zine tá na segunda edição, e esperamos que dure muitas mais! Na próxima edição provavelmente teremos a continuação do diário da turnê…

Contato Outono ou Nada: C/ Guilherme C.G. outonoounada[at]gmail.com

 

O tempo em tour…

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Chegamos ao fim da turnê europeia 2012. 51 dias, 38 gigs, 11mil e 500 km percorridos e vivenciados de uma forma um pouco insana, intensa, rápida em alguns pontos e lenta em outros, pois apesar de ficarmos pouco na maioria dos lugares, também houveram momentos de espera, expectativa…e dentro de um ritmo frenético havia espaço para reflexão. Nesta turnê as reflexões foram diversas, sobre a cena, sobre as relações entre as pessoas e entre nos 4, sobre a solidariedade mas também pudemos experienciar momentos que nos sentimos sozinhos neste ou naquele sentido… Foi um tempo em que nos dedicamos ao que nos propusemos, tocamos, dialogamos, sentimos, trocamos, percorremos e suamos. Foi um tempo que pudemos ver que ainda existe muito apoio e interesse para que o faca-você-mesmo continue existindo, que a contra cultura se espalhe e que existam espaços e momentos pra que as pessoas se expressem, se envolvam, se divirtam e resistam.

Poderíamos dizer também que existem muitas divergências, controvérsias e contradições no meio. Ainda bem que não existe uma homogeneidade obviamente, e é perceptível também os diferentes momentos em que as pessoas se encontram em termos de idéias e maneiras de viver. Mas poderíamos dizer que existe um certo senso comum entre muitas de nós, uma busca para pararmos a máquina ou de vivermos alternativas. Da mesma forma parecem que muitos não se deram conta disso ainda e acreditam que os espaços não são de resistência, mas apenas para serem usufruídos, e que as ações não são fruto de varias lutas. Acredito que mesmo pensando-se assim, é importante que se usufrua e que se tenha a chance de perceber e participar da resistência e das lutas mais cedo ou mais tarde. Quem assim quiser.
A  última postagem aqui foi do cartaz de Magdeburg, onde tocamos no Libertäres Zentrum, espaço muito massa, bem organizado, com info shop, espaço para gigs, moradia, cozinha coletiva e pátio. Tínhamos vindo de Berlin, onde tocamos no lendário Köpi mais uma vez. Antes ainda tocamos na Polônia em Łódź num túnel embaixo de uma autro-estrada, e em Varsóvia numa gig organizada pela Nika (Post Regiment) que está com nova banda deixando a gente bastante curiosa pra ouvir.


De Magdeburg seguimos para a Austria na maior viagem da turne, onde fizemos mais de 700 km para chegarmos na squat EKH em Viena. Fomos super bem recebidas. Chegamos à noite e um dia antes da gig, ainda bem, pois a viagem foi longa e cansativa. No dia seguinte pudemos tirar o dia pra conhecer melhor a cidade. O EKH é uma squat muito ativa e bastante nas questões de gênero e na luta contra o sexismo.

Do EKH seguimos para Praga na República Checa, onde chegamos quase na hora de tocarmos. Comemos o típico Goulash, vegano obviamente, e delicioso. No festival grind/crust  tocaram bandas locais, da Noruega e da Franca. A casa tava cheia e a gig foi muito boa! Uma garota cantou “Sistema” com a gente e encontramos algumas pessoas de turnês anteriores.

No dia seguinte pegamos o caminho para Alemanha novamente, onde tocamos no What a Fuck Festival na cidade de Krumpa. Reencontramos muita gente da área que veio para o festival. Tomamos banho no lago na manhã do outro dia, dia morninho mais parecido com o verão…

Pela tarde fizemos os fáceis 53 km em direção a Leipzig para a última gig da turne. E assim que os minutos passavam, iam chegando varias amigas e amigos da cidade e varias outras localidades. Foi surpreendente ver juntar tanta gente no mesmo lugar. Desde o início da movimentação podia-se perceber que o clima era de festa e de descontração. Tocaram 2 bandas finlandesas Total Recall e Anticlimax que igualmente encerravam suas turnês. Os shows foram todos “agitados”, com galera curtindo bastante numa noite de casa cheia.  Terminamos a noite bastante motivados pela empolgação das pessoas que ali estavam. Depois das gigs começou uma festa muito divertida, disco party, cocktail bar, todo mundo dançando, cantando junto, embalados pela mesma vontade de celebrar e se deixar levar como se não houvesse o amanhã…

Foi demais.

Valeu muito.

Valeu a todas e todos, em todos os sentidos….
Sensação de algo cumprido….e muito aprendizado. porém…. muito por vir e aprender.

 

Finlandia//Paises Bálticos

A turnê segue. Os dias são sempre diferentes…existe um cansaço permanente que ta sempre a todo instante sendo superado, tendo que ser superado. Uma turnê tem muito de bom, mas muito de superação e as vezes parece insano.

Nossa passagem pela Finlândia foi intensa, dias longos sem descanso. Revimos muitas amigos, fomos extremamente bem recebidas nas 3 cidades, e as gigs foram todas gratificantes, com muitas pessoas e com elas o retorno do que a gente deu a elas…esta sensação que se tem de que a dedicação e entrega vai de um jeito e volta de outra forma a preencher…

Depois das 11 horas de barco chegamos em Turku e ficamos na casa do Paavo, o cara que tava organizando. Ele fez o almoço comemos super bem, e depois fomos para a casa do Antti quem conhecemos desde 2001 da nossa primeira vez na Finlândia. Tocamos para 100 pessoas praticamente lotando o local. Depois da gig, muita conversa, horizonte rosa as duas da madruga e fomos dormir bem tarde…o dia seguinte amanheceu cinza e uma chuva caia para desespero dos finlandeses que já não aguentam mais o frio… tínhamos um certo tempo, pois a viagem para Tampere era apenas de 160km. Ficamos ouvindo som, conversando com Antti e rolou a finalização da garrafa de vinho que trouxemos da ferry…nos despedimos. Seguimos para Tampere.

Em Tampere, uma das cidades mais legais da Finlândia, chegamos no Vastavirta pela tarde, Jukka já tava la nos esperando. O jukka também conhecemos desde a primeira vez na Finlândia e foi com o selo dele, o kämäset Levyt, que tivemos a nossa primeira oportunidade de gravar um LP, o Suportar a Dor.

A gig foi muito boa, 4 bandas tocaram contando a gente, e incluindo a banda do Jukka, Lapinpolthajat. Mais uma noite de pouco sono. Almoçamos com o Jukka e Tina uma lasanha maravilhosa feita por ele, tomamos café e fomos juntos para Helsinki. Em Helsinki a gig foi demais, com 200 pessoas, o pessoal agitou muito e a sequencia de 3 shows por la se finalizou nos dando a certeza de que e um dos melhores lugares pra irmos e para tocarmos. Os finlandeses foram muito comunicativos, coisa estranha no ter percebido esta característica antes…sempre nos pareceram tímidos…mas a toda hora alguém vinha conversar coma gente, cheias de interesse e simplicidade.

Saímos da Finlândia pela manha e pegamos outra barca para Tallin na Estônia. Depois de 4 horas no mar báltico com ondas grandes e fazendo a gente ficar meio enjoada pisamos em terra firme. Pegamos estrada rumo a Tartu, onde tocamos num bar de um amigo nosso que conhecemos pela primeira vez em 2004 numa situação bastante difícil, quando sofremos um acidente de carro na estrada de chão vindo da Russia para Estônia. Foi um momento tenso, angustiante no qual o Rolland nos ajudou muito nos acolhendo por vários dias para nos recuperarmos de algumas lesões e organizarmos um outro carro pra seguirmos viagem.

De Tartu viajamos para Riga, capital da Letônia, onde tocamos numa antiga fabrica para poucas pessoas, mas se bem que nem tanto para uma segunda feira..levamos o café da manha pra tomarmos no caminho….acabamos entrando numa floresta muito massa e cheia de mosquitos.

Dia seguinte Lituania. Chegamos em Vilnius pelo fim de tarde. O local hoje é alugado pelo pessoal, mas já foi ocupado por 3 anos e pegou fogo…A gig tá dentre as melhores desta turnê, e foi muito divertida, rolando pogo e bastante interação com a galera. Um cara cantava alguns dos sons e achamos que era brasileiro pelo sotaque…mas não, ele veio falar coma gente e disse que tinha interesse em aprender o português…e que um dia quando tava gripado conseguiu finalmente pronunciar a palavra Não. Hehehe…essa foi boa. Facinho então ficou pra ele cantar com a gente o som Não. Massa. Tomamos uma bebida de ameixa da Bielorussia. Lituania tudo de bom e com 8 anos de atraso, pois tivemos que cancelar em 2004 no momento do acidente….antes tarde do que nunca!

*Flensburg*Copenhagen*Gothemburg*Oslo*Svartmyra*Stockholm*

O tempo passa rápido…os momentos são muitos e se oscilam sentimentos e acontecimentos. Obviamente pela internet, ou qualquer diário não se pode descrever este tempo, estes acontecimentos, embora estejamos vivenciando uma época bastante virtual…onde as pessoas ficam bastante tempo „conectadas“…

Vamos mudando de cidade ou pais a todo instante, bebendo um água diferente, se comunicando de formas diferentes…

Acabamos de chegar na Finlândia, estamos na cidade de Turku onde vamos tocar hoje a noite. Viemos da Suécia de barco o que levou 11 horas.

Estávamos em Estocolmo, onde tocamos na terça feira. Passamos ontem o dia conhecendo Estocolmo com o pessoal…Fabrício, ex- Execradores passou todo o tempo com a gente e foi muito massa podermos nos encontrar com ele e tudo que pudemos conversar…foi bastante coisa! Conhecemos o Kaffe 44, espaço autônomo anarquista que tem um restaurante, uma infoshop e onde rolam algumas gigs.

 

 

Antes de Estocolmo tivemos por dois dias no sítio do coletivo Svartmyra levado pelo Janne, baixista da banda Warcollapse e outros amigos. Tocamos lá no domingo, para um pessoal incrivelmente demais, muita conversa, muito fogo, muita comida vegana, muita cerveja, vinho feito por eles, banho de rio, mas especialmente muito gente fina todas as pessoas que ali estavam. Com certeza não poderemos descrever aqui a experiencia que vivenciamos…mas foi regenerativa, nos causou reflexões intensas de formas de organização, respeito mútuo, o que vem a ser amizade e relações não hierárquicas, e também do contato próximo a um lugar afastado da cidade onde a noite nunca cai…não nesta época do ano….aqui tem sido assim…

valeu prá lá de demais…

 

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Em Oslo no sábado tocamos na squat Barrikaden com a banda local La Casa Fantom. A Okupa é grande, bem organizada e o som rolou no porão para muitas pessoas das quais muitas já conhecíamos.  Dormimos pouco com o céu azul anil, nunca escurecendo…na chegada na Noruega a policia nos parou, fez varias perguntas, mas seguimos depois disso…

 

Na Sexta tocamos em Gotemburgo e ‘ lá vamos nós’  trocando de país novamente. O lugar era bem estranho, era um pub…coisa que nunca é massa como tocar num Espaço autogestionado. Mas apareceram muitos punxs que ocuparam toda a rua. Marcus, amigo nosso que mora no AKW está com a gente desde então nos acompanhando na turnê.

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Em Copenhagen antes de Gotemburgo estávamos bastante aniosos por tocarmos na nova squat que é uma continuação da Ungdomshuset. Ungdomshuset foi desalojada em 2007 e era uma das mais importantes e ativas squats da europa que durou longos- mas não suficientes para todas nós- 25 anos…Em 2007 quando sofreram o desalojamento houve muita luta, muita batalha nas ruas contra a polícia e também riots que se estenderam por toda a cidade por meses. Vale lembrar que o grupo Feminists for more free espaces foi responsável pelo maior número de barricadas, 13!

Também rolou muita solidariedade em vários cantos do mundo e muita gente de outras cidades europeias viajaram para Copenhagem para se unirem as riots. Muitas companheiras e companheiros foram presos, todos que estavam dentro da casa no momento que a policia conseguiu entrar depois de muita resistência. Várias destas pessoas ficaram presas por mais de um ano e muitas ainda estão respondendo judicialmente e continuam enfrentando várias dificuldades. Hoje a nova squat se chama Dortheavej 61, nome e numero da rua. Tocamos com bandas excelentes e ficamos muito felizes de ver alguns dos amigos da antiga okupa.

Em Flensburgo onde tocamos na quinta foi a última gig antes de sair da Alemanha e o show foi muito bom. A Senfabrik é um Espaço autônomo lindo, rolou um churrasco vegano na rua, o pessoal tava muito feliz com o sol. É realmente importante para a galera aqui da europa a chegada do verão…pois tem muita gente que fica bastante deprimida com o longo inverno…

Aqui na Escandinávia então nem se fala….nota-se muito o ânimo das pessoas se alterar com as estacões…

 

A noite promete ser Punk!

***Hamburg***Osnabrück***Kiel***

Depois de 11 anos estamos de volta na squat Alte Meierei na cidade de Kiel. É muito bom saber que o lugar resiste e que continua divulgando as ideias anarquistas. Ontem depois do show conversamos com o pessoal que lembrava do episódio de 11 anos atras que aconteceu quando estávamos tocando…lá em 2001 rolou uma atitude sexista por parte de apenas uma pessoa do público, gerou uma certa confusão e o cara teve que sair do local pois assim foi decidido por todos e nos sentimos bem apoiadas e compreendidos. Seguindo sobre a conversa de ontem, ainda rolou um tempo depois um outro episódio que levantou o debate sobre sexismo mais uma vez, quando o vocalista da banda US Bombs convidou “garotas” pra subirem no palco…e então rolou do cara ter atitudes sexistas com estas garotas, tentando tocá-las. Algumas das garotas saíram imediatamente do palco e parte do público ficou indignado com o que estava acontecendo. Algumas pessoas da casa queriam parar o show, haviam umas 300 pessoas no local e isso gerou muita discussão. O vocalista não aceitou os argumentos das pessoas e disse que era tudo “punk rock”. As pessoas então lhe disseram que não, que a casa não era punk rock, mas uma casa anarquista e de busca por uma vivencia libertária e igualitária. Mais tarde algumas pessoas quebraram os vidros do ônibus da banda e pixaram com dizeres antisexistas. Houve ainda mais discussão e a banda queria que fossem pagas as despesas dos reparos…Desde então este espaço se tornou bastante ativo na luta contra o sexismo.

Foi ótimo tocar aqui novamente e apesar não ter muita gente, as pessoas estavam muito empolgadas. Enquanto tocávamos rolavam projeções de como abrir fechaduras, cadeados e também imagens de protestos recentes na Grécia.

Viemos de 2 dias sem shows onde passamos na Crust Hof, um sítio onde moram os amigos que organizaram  a gig de Osnabrück. É importante e bom quando temos dias assim pra podermos curtir as pessoas, os espaços e aprofundar a troca. Foram 2 dias tão intensos e restauradores que inclusive nossa meta de atualizar o site ficou só pra hoje…

Em Osnabrück tocamos na rua, num corredor entre 2 prédios numa gig que é organizada anualmente como contraponto a um festival grande que acontece na cidade. Apareceram muitas pessoas de varias gerações de punks e outras. Como o show era na rua não havia valor de ingresso, se passou o chapéu e só com esta contribuição espontânea foi possível cobrir os custos das bandas. Muito massa. A noite foi longa e o pessoal responsável pela comida passou o tempo todo cozinhando yakisoba e rolinhos primavera veganos.

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Em Hamburg, um dia antes de Osnabruck chegamos cedo na squat Störtebecker. Um prédio grande perto do porto, na Haferstrasse, rua onde existem muitas squats que protagonizaram muitos confrontos com a polícia nos anos 80. Novamente revimos muitos amigas, conversamos bastante e fizemos um show que foi um dos melhores até agora. A casa tava cheia e tudo foi muito bom e motivante.

Daqui a pouco estaremos indo para Flensburg….e quando der escrevemos mais….

 

 

 

***St. Etienne***Paris***Reims***Gent***

Estamos na praia de Blankenberge na Bélgica, na casa de amigos queridíssimos, o Zlo e a Ines. Ontem não tocamos e então viemos para a casa deles que fica a uns metros da praia. Tivemos um dia ótimo e depois de 7 gigs seguidas, dormindo pouco, pegando a estrada e tocando novamente a cada dia foi muito bom ter um dia pra caminhar, e pra esta troca tão válida que é ter com as pessoas…com os lugares também, de onde a gente vai absorvendo muitas coisas….

A gig em Gent na squat Bar Bizar tava rolando até a policia chegar e impedir de que continuássemos. Aqui a repressão está cada vez mais forte e é comum a policia chegar pra acabar com certos eventos…assim como muitas okupas estão sendo desalojadas. O estado tenta acabar com a organização já no inicio…temos visto isso nesta tour não só na Bélgica.

Viemos para cá de Reims onde tocamos na squat Lécluse, um lugar lindíssimo, absurdamente sossegado, na frente de um rio, afastado da cidade. Uma casa antiga com bastante espaço, banheiro seco, uma horta enorme que fica no terreno do lado que eles também ocuparam. Fizeram muita comida, tudo recicle. A gig foi no porão da casa e foi muito divertida, o valor da entrada era livre e o pessoal apoiou bastante a banda comprando material.Infelizmente a squat tá sofrendo com o desalojo que está previsto para o próximo junho. Mas o pessoal já está a procura de outro local para continuarem levando suas ideias e práticas.

 

 

Antes de Reims estivemos em Paris, onde tocamos no Centro Internacional de Cultura Popular. O som se deu depois de um dia de bate papos sobre agitação anarquista, repressão policial e também sobre o neo nazismo na franca. No mesmo dia rolava näo muito longe dali um show de bandas white power, mas no CICP o pessoal estava bem organizado e preparado para qualquer ataque. Este centro já foi atacado varias vezes por neo nazis. Todo o evento foi organizado por um coletivo que já se organiza a vinte anos, onde o pessoal da banda Kochise faz parte e do qual a uns dez anos a Magali da banda La Fraction também se juntou. O pessoal da Kochise foi demais de atencioso e rever a Magali foi muito bom depois de longos 8 anos. La Fraction tá meio parada mas na proxima semana vão fazer uns shows que prometem!

Antes de Paris estivemos em St. Etienne, o frio pegando, alguns de nós começaram a se gripar ali…e os dias tem sido mais duros por isso….bastante chá desde então, mas pouco sono e muita fumaça…. o show em St. Etienne foi demais, muita gente e ótimas bandas. Tocaram 2 bandas muito boas, a primeira  a Atomic Tango, com 3 minas, baixo, batera e vocal e um cara na guitarra. Mandaram ver e a vocalista muito boa e carismática aquecendo a noite fria. Depois tocou a banda Autônoma Paradise & the Dread Locks Terror, banda crust fazendo uma sonzera, caras muito gente fina onde os conhecemos antes em Biel.

Depois chegou nossa vez de tocar e foi demais, o pessoal pogando e cantando junto os sons mais antigos e mais fáceis de cantar junto como Vai e Não, que a principio não estavam no nosso set list, mas quando o pessoal pede a gente tem tocado e tem sido bastante contagiante. No dia seguinte tínhamos 500 km pra percorrer e tinham nos falado que tínhamos que chegar no CICP em Paris as 3 e meia da tarde pois sendo domingo a parada começaria cedo. Foi uma noite dos inferno, praticamente sem dormir pois um pessoal chegou na casa e fez a maior festa, não existia porta no quarto das bandas/hóspedes, uma loucura…antes mesmo das 9 da manhã, menos de 2 horas de sono conturbado levantamos, tomamos café é fomos para Paris, onde chegamos na cidade com uma hora apenas de atraso, mas o trânsito intenso turístico nos atrasou mais uma hora até chegarmos no local.

 

Agora começamos a nos agilizar pra irmos para a Holanda na cidade de Nijmegen que é a nossa próxima parada….

 

102 em Grenoble e Schrottbar em Biel

Estamos em Grenoble onde ontem tocamos mais uma vez com os amigos do Chicken´s Call !
A gig foi num espaco autogerido que vai completar 30 anos. Neste espaco rolam exposições, estúdio coletivo de ensaio, salas de reuniões da CNT, cinema e restaurante popular  vegano.  É uma construção antiga muito bonita e bem grande que inclui um pátio interno muito bacana.
Antes do som rolar teve a exibição do filme Noise and Resistance sobre o movimento anarcopunk na europa. Logo depois as 2 bandas tocaram para um público motivado e numeroso, o que deixou o ambiente bem descontraído.


Ontem dirigimos mais de 300km de Biel onde tocamos na quinta feira no Schrottbar.


O Schrottbar é um grupo de pessoas que conhecemos desde a nossa primeira vez na europa e que seguem vivendo da mesma forma apesar de hoje em local diferente, pois sofreram desalojo a alguns anos. Este novo lugar foi cedido pela prefeitura e é mais próximo a natureza, ao pé de uma montanha embaixo do viaduto da Autoban, elas moram em vagões que são casas móveis. O lugar é incrível, os vagões são super trabalhados e decorados com materiais reciclados do lixo. Foi demais termos ido, tocado lá e mais uma vez podermos vê-los.


Em algumas horas temos que estar em St. Etienne.

Deixando a Floresta Negra

Ontem tocamos mais uma vez num porão, no Kessel Keller, onde tocamos todas as vezes que viemos pro sul da Alemanha, é sempre ali que rolam as gigs da cidade.

Apesar de ser meio de semana, o pessoal apareceu e muita gente das antigas tava ali. Bacana.

O som tava rolando, pessoal tava se divertindo, mas lá pelo fim 2 caras brigaram. Paramos de tocar, saímos pra apartar a briga, outras pessoas junto e então paramos também para conversar sobre o ocorrido com todos que ali estavam e decidirmos juntos se iríamos continuar ou não. Pois pra nós não rola de tocar se é pra existir este tipo de coisa, que pensamos ter um tanto a ver com demarcação de território….falamos sobre esta coisa de macho, foi uma breve troca de ideia e pudemos expor nossa opinião com relação a isso.

Consenso entre todas de continuar tocando o bagúio! e tocamos mais uns 4 sons com fúria.

 

 

 

 

Uma noite que acabou com fogueira….

Estamos saindo para Suíca em alguns minutos….de lá trazemos as novas. Valeu pela atencão.

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