31 de Março /// No Rest, Roots NR, Diatribe

No Rest,Roots NR, Diatribe,2014

 

A No Rest toca agora dia 31 de março!

E então seguimos como disse o Zé, na proximidade e na distância. E se passaram 25 anos… Engraçado ser esta a primeira vez que a gente fala nisso, acho que a gente nunca parou pra pensar no tempo e para comemorar o tempo. Isso não significa que não celebramos muitas coisas juntos. Fizemos de diversas formas e cada gig não deixa de ser uma celebração, uma comemoração, um momento que sem entusiasmo não existiria. E sem os amigas e todas as pessoas que nos apoiam deste ou daquele jeito, não existiria.

O dia 31 marca os 50 anos do golpe militar. Nós nascemos na ditadura e sabemos ser importante manter a memória viva, lembrar a censura, as desparecidas (os), as torturadas (os), e os cruéis ataques aos movimentos sociais.  E neste dia escolhemos para também nos expressarmos tocando, gritando, sentindo, denunciando, celebrando a resistência, com revolta e com esperança.

Todos lá! Dia 31 de Março no Signos Pub, começando às 21h em ponto! Tocam com a gente Diatribe de Santa Cruz do Sul e RootsNR aqui de PoA. O ingresso será R$12,00 e, como sempre, teremos banquinhas de materiais feministas, anarquistas, punx, patches, Lps e CDs!

O tempo em tour…

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Chegamos ao fim da turnê europeia 2012. 51 dias, 38 gigs, 11mil e 500 km percorridos e vivenciados de uma forma um pouco insana, intensa, rápida em alguns pontos e lenta em outros, pois apesar de ficarmos pouco na maioria dos lugares, também houveram momentos de espera, expectativa…e dentro de um ritmo frenético havia espaço para reflexão. Nesta turnê as reflexões foram diversas, sobre a cena, sobre as relações entre as pessoas e entre nos 4, sobre a solidariedade mas também pudemos experienciar momentos que nos sentimos sozinhos neste ou naquele sentido… Foi um tempo em que nos dedicamos ao que nos propusemos, tocamos, dialogamos, sentimos, trocamos, percorremos e suamos. Foi um tempo que pudemos ver que ainda existe muito apoio e interesse para que o faca-você-mesmo continue existindo, que a contra cultura se espalhe e que existam espaços e momentos pra que as pessoas se expressem, se envolvam, se divirtam e resistam.

Poderíamos dizer também que existem muitas divergências, controvérsias e contradições no meio. Ainda bem que não existe uma homogeneidade obviamente, e é perceptível também os diferentes momentos em que as pessoas se encontram em termos de idéias e maneiras de viver. Mas poderíamos dizer que existe um certo senso comum entre muitas de nós, uma busca para pararmos a máquina ou de vivermos alternativas. Da mesma forma parecem que muitos não se deram conta disso ainda e acreditam que os espaços não são de resistência, mas apenas para serem usufruídos, e que as ações não são fruto de varias lutas. Acredito que mesmo pensando-se assim, é importante que se usufrua e que se tenha a chance de perceber e participar da resistência e das lutas mais cedo ou mais tarde. Quem assim quiser.
A  última postagem aqui foi do cartaz de Magdeburg, onde tocamos no Libertäres Zentrum, espaço muito massa, bem organizado, com info shop, espaço para gigs, moradia, cozinha coletiva e pátio. Tínhamos vindo de Berlin, onde tocamos no lendário Köpi mais uma vez. Antes ainda tocamos na Polônia em Łódź num túnel embaixo de uma autro-estrada, e em Varsóvia numa gig organizada pela Nika (Post Regiment) que está com nova banda deixando a gente bastante curiosa pra ouvir.


De Magdeburg seguimos para a Austria na maior viagem da turne, onde fizemos mais de 700 km para chegarmos na squat EKH em Viena. Fomos super bem recebidas. Chegamos à noite e um dia antes da gig, ainda bem, pois a viagem foi longa e cansativa. No dia seguinte pudemos tirar o dia pra conhecer melhor a cidade. O EKH é uma squat muito ativa e bastante nas questões de gênero e na luta contra o sexismo.

Do EKH seguimos para Praga na República Checa, onde chegamos quase na hora de tocarmos. Comemos o típico Goulash, vegano obviamente, e delicioso. No festival grind/crust  tocaram bandas locais, da Noruega e da Franca. A casa tava cheia e a gig foi muito boa! Uma garota cantou “Sistema” com a gente e encontramos algumas pessoas de turnês anteriores.

No dia seguinte pegamos o caminho para Alemanha novamente, onde tocamos no What a Fuck Festival na cidade de Krumpa. Reencontramos muita gente da área que veio para o festival. Tomamos banho no lago na manhã do outro dia, dia morninho mais parecido com o verão…

Pela tarde fizemos os fáceis 53 km em direção a Leipzig para a última gig da turne. E assim que os minutos passavam, iam chegando varias amigas e amigos da cidade e varias outras localidades. Foi surpreendente ver juntar tanta gente no mesmo lugar. Desde o início da movimentação podia-se perceber que o clima era de festa e de descontração. Tocaram 2 bandas finlandesas Total Recall e Anticlimax que igualmente encerravam suas turnês. Os shows foram todos “agitados”, com galera curtindo bastante numa noite de casa cheia.  Terminamos a noite bastante motivados pela empolgação das pessoas que ali estavam. Depois das gigs começou uma festa muito divertida, disco party, cocktail bar, todo mundo dançando, cantando junto, embalados pela mesma vontade de celebrar e se deixar levar como se não houvesse o amanhã…

Foi demais.

Valeu muito.

Valeu a todas e todos, em todos os sentidos….
Sensação de algo cumprido….e muito aprendizado. porém…. muito por vir e aprender.

 

Finlandia//Paises Bálticos

A turnê segue. Os dias são sempre diferentes…existe um cansaço permanente que ta sempre a todo instante sendo superado, tendo que ser superado. Uma turnê tem muito de bom, mas muito de superação e as vezes parece insano.

Nossa passagem pela Finlândia foi intensa, dias longos sem descanso. Revimos muitas amigos, fomos extremamente bem recebidas nas 3 cidades, e as gigs foram todas gratificantes, com muitas pessoas e com elas o retorno do que a gente deu a elas…esta sensação que se tem de que a dedicação e entrega vai de um jeito e volta de outra forma a preencher…

Depois das 11 horas de barco chegamos em Turku e ficamos na casa do Paavo, o cara que tava organizando. Ele fez o almoço comemos super bem, e depois fomos para a casa do Antti quem conhecemos desde 2001 da nossa primeira vez na Finlândia. Tocamos para 100 pessoas praticamente lotando o local. Depois da gig, muita conversa, horizonte rosa as duas da madruga e fomos dormir bem tarde…o dia seguinte amanheceu cinza e uma chuva caia para desespero dos finlandeses que já não aguentam mais o frio… tínhamos um certo tempo, pois a viagem para Tampere era apenas de 160km. Ficamos ouvindo som, conversando com Antti e rolou a finalização da garrafa de vinho que trouxemos da ferry…nos despedimos. Seguimos para Tampere.

Em Tampere, uma das cidades mais legais da Finlândia, chegamos no Vastavirta pela tarde, Jukka já tava la nos esperando. O jukka também conhecemos desde a primeira vez na Finlândia e foi com o selo dele, o kämäset Levyt, que tivemos a nossa primeira oportunidade de gravar um LP, o Suportar a Dor.

A gig foi muito boa, 4 bandas tocaram contando a gente, e incluindo a banda do Jukka, Lapinpolthajat. Mais uma noite de pouco sono. Almoçamos com o Jukka e Tina uma lasanha maravilhosa feita por ele, tomamos café e fomos juntos para Helsinki. Em Helsinki a gig foi demais, com 200 pessoas, o pessoal agitou muito e a sequencia de 3 shows por la se finalizou nos dando a certeza de que e um dos melhores lugares pra irmos e para tocarmos. Os finlandeses foram muito comunicativos, coisa estranha no ter percebido esta característica antes…sempre nos pareceram tímidos…mas a toda hora alguém vinha conversar coma gente, cheias de interesse e simplicidade.

Saímos da Finlândia pela manha e pegamos outra barca para Tallin na Estônia. Depois de 4 horas no mar báltico com ondas grandes e fazendo a gente ficar meio enjoada pisamos em terra firme. Pegamos estrada rumo a Tartu, onde tocamos num bar de um amigo nosso que conhecemos pela primeira vez em 2004 numa situação bastante difícil, quando sofremos um acidente de carro na estrada de chão vindo da Russia para Estônia. Foi um momento tenso, angustiante no qual o Rolland nos ajudou muito nos acolhendo por vários dias para nos recuperarmos de algumas lesões e organizarmos um outro carro pra seguirmos viagem.

De Tartu viajamos para Riga, capital da Letônia, onde tocamos numa antiga fabrica para poucas pessoas, mas se bem que nem tanto para uma segunda feira..levamos o café da manha pra tomarmos no caminho….acabamos entrando numa floresta muito massa e cheia de mosquitos.

Dia seguinte Lituania. Chegamos em Vilnius pelo fim de tarde. O local hoje é alugado pelo pessoal, mas já foi ocupado por 3 anos e pegou fogo…A gig tá dentre as melhores desta turnê, e foi muito divertida, rolando pogo e bastante interação com a galera. Um cara cantava alguns dos sons e achamos que era brasileiro pelo sotaque…mas não, ele veio falar coma gente e disse que tinha interesse em aprender o português…e que um dia quando tava gripado conseguiu finalmente pronunciar a palavra Não. Hehehe…essa foi boa. Facinho então ficou pra ele cantar com a gente o som Não. Massa. Tomamos uma bebida de ameixa da Bielorussia. Lituania tudo de bom e com 8 anos de atraso, pois tivemos que cancelar em 2004 no momento do acidente….antes tarde do que nunca!

*Flensburg*Copenhagen*Gothemburg*Oslo*Svartmyra*Stockholm*

O tempo passa rápido…os momentos são muitos e se oscilam sentimentos e acontecimentos. Obviamente pela internet, ou qualquer diário não se pode descrever este tempo, estes acontecimentos, embora estejamos vivenciando uma época bastante virtual…onde as pessoas ficam bastante tempo „conectadas“…

Vamos mudando de cidade ou pais a todo instante, bebendo um água diferente, se comunicando de formas diferentes…

Acabamos de chegar na Finlândia, estamos na cidade de Turku onde vamos tocar hoje a noite. Viemos da Suécia de barco o que levou 11 horas.

Estávamos em Estocolmo, onde tocamos na terça feira. Passamos ontem o dia conhecendo Estocolmo com o pessoal…Fabrício, ex- Execradores passou todo o tempo com a gente e foi muito massa podermos nos encontrar com ele e tudo que pudemos conversar…foi bastante coisa! Conhecemos o Kaffe 44, espaço autônomo anarquista que tem um restaurante, uma infoshop e onde rolam algumas gigs.

 

 

Antes de Estocolmo tivemos por dois dias no sítio do coletivo Svartmyra levado pelo Janne, baixista da banda Warcollapse e outros amigos. Tocamos lá no domingo, para um pessoal incrivelmente demais, muita conversa, muito fogo, muita comida vegana, muita cerveja, vinho feito por eles, banho de rio, mas especialmente muito gente fina todas as pessoas que ali estavam. Com certeza não poderemos descrever aqui a experiencia que vivenciamos…mas foi regenerativa, nos causou reflexões intensas de formas de organização, respeito mútuo, o que vem a ser amizade e relações não hierárquicas, e também do contato próximo a um lugar afastado da cidade onde a noite nunca cai…não nesta época do ano….aqui tem sido assim…

valeu prá lá de demais…

 

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Em Oslo no sábado tocamos na squat Barrikaden com a banda local La Casa Fantom. A Okupa é grande, bem organizada e o som rolou no porão para muitas pessoas das quais muitas já conhecíamos.  Dormimos pouco com o céu azul anil, nunca escurecendo…na chegada na Noruega a policia nos parou, fez varias perguntas, mas seguimos depois disso…

 

Na Sexta tocamos em Gotemburgo e ‘ lá vamos nós’  trocando de país novamente. O lugar era bem estranho, era um pub…coisa que nunca é massa como tocar num Espaço autogestionado. Mas apareceram muitos punxs que ocuparam toda a rua. Marcus, amigo nosso que mora no AKW está com a gente desde então nos acompanhando na turnê.

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Em Copenhagen antes de Gotemburgo estávamos bastante aniosos por tocarmos na nova squat que é uma continuação da Ungdomshuset. Ungdomshuset foi desalojada em 2007 e era uma das mais importantes e ativas squats da europa que durou longos- mas não suficientes para todas nós- 25 anos…Em 2007 quando sofreram o desalojamento houve muita luta, muita batalha nas ruas contra a polícia e também riots que se estenderam por toda a cidade por meses. Vale lembrar que o grupo Feminists for more free espaces foi responsável pelo maior número de barricadas, 13!

Também rolou muita solidariedade em vários cantos do mundo e muita gente de outras cidades europeias viajaram para Copenhagem para se unirem as riots. Muitas companheiras e companheiros foram presos, todos que estavam dentro da casa no momento que a policia conseguiu entrar depois de muita resistência. Várias destas pessoas ficaram presas por mais de um ano e muitas ainda estão respondendo judicialmente e continuam enfrentando várias dificuldades. Hoje a nova squat se chama Dortheavej 61, nome e numero da rua. Tocamos com bandas excelentes e ficamos muito felizes de ver alguns dos amigos da antiga okupa.

Em Flensburgo onde tocamos na quinta foi a última gig antes de sair da Alemanha e o show foi muito bom. A Senfabrik é um Espaço autônomo lindo, rolou um churrasco vegano na rua, o pessoal tava muito feliz com o sol. É realmente importante para a galera aqui da europa a chegada do verão…pois tem muita gente que fica bastante deprimida com o longo inverno…

Aqui na Escandinávia então nem se fala….nota-se muito o ânimo das pessoas se alterar com as estacões…

 

A noite promete ser Punk!

***St. Etienne***Paris***Reims***Gent***

Estamos na praia de Blankenberge na Bélgica, na casa de amigos queridíssimos, o Zlo e a Ines. Ontem não tocamos e então viemos para a casa deles que fica a uns metros da praia. Tivemos um dia ótimo e depois de 7 gigs seguidas, dormindo pouco, pegando a estrada e tocando novamente a cada dia foi muito bom ter um dia pra caminhar, e pra esta troca tão válida que é ter com as pessoas…com os lugares também, de onde a gente vai absorvendo muitas coisas….

A gig em Gent na squat Bar Bizar tava rolando até a policia chegar e impedir de que continuássemos. Aqui a repressão está cada vez mais forte e é comum a policia chegar pra acabar com certos eventos…assim como muitas okupas estão sendo desalojadas. O estado tenta acabar com a organização já no inicio…temos visto isso nesta tour não só na Bélgica.

Viemos para cá de Reims onde tocamos na squat Lécluse, um lugar lindíssimo, absurdamente sossegado, na frente de um rio, afastado da cidade. Uma casa antiga com bastante espaço, banheiro seco, uma horta enorme que fica no terreno do lado que eles também ocuparam. Fizeram muita comida, tudo recicle. A gig foi no porão da casa e foi muito divertida, o valor da entrada era livre e o pessoal apoiou bastante a banda comprando material.Infelizmente a squat tá sofrendo com o desalojo que está previsto para o próximo junho. Mas o pessoal já está a procura de outro local para continuarem levando suas ideias e práticas.

 

 

Antes de Reims estivemos em Paris, onde tocamos no Centro Internacional de Cultura Popular. O som se deu depois de um dia de bate papos sobre agitação anarquista, repressão policial e também sobre o neo nazismo na franca. No mesmo dia rolava näo muito longe dali um show de bandas white power, mas no CICP o pessoal estava bem organizado e preparado para qualquer ataque. Este centro já foi atacado varias vezes por neo nazis. Todo o evento foi organizado por um coletivo que já se organiza a vinte anos, onde o pessoal da banda Kochise faz parte e do qual a uns dez anos a Magali da banda La Fraction também se juntou. O pessoal da Kochise foi demais de atencioso e rever a Magali foi muito bom depois de longos 8 anos. La Fraction tá meio parada mas na proxima semana vão fazer uns shows que prometem!

Antes de Paris estivemos em St. Etienne, o frio pegando, alguns de nós começaram a se gripar ali…e os dias tem sido mais duros por isso….bastante chá desde então, mas pouco sono e muita fumaça…. o show em St. Etienne foi demais, muita gente e ótimas bandas. Tocaram 2 bandas muito boas, a primeira  a Atomic Tango, com 3 minas, baixo, batera e vocal e um cara na guitarra. Mandaram ver e a vocalista muito boa e carismática aquecendo a noite fria. Depois tocou a banda Autônoma Paradise & the Dread Locks Terror, banda crust fazendo uma sonzera, caras muito gente fina onde os conhecemos antes em Biel.

Depois chegou nossa vez de tocar e foi demais, o pessoal pogando e cantando junto os sons mais antigos e mais fáceis de cantar junto como Vai e Não, que a principio não estavam no nosso set list, mas quando o pessoal pede a gente tem tocado e tem sido bastante contagiante. No dia seguinte tínhamos 500 km pra percorrer e tinham nos falado que tínhamos que chegar no CICP em Paris as 3 e meia da tarde pois sendo domingo a parada começaria cedo. Foi uma noite dos inferno, praticamente sem dormir pois um pessoal chegou na casa e fez a maior festa, não existia porta no quarto das bandas/hóspedes, uma loucura…antes mesmo das 9 da manhã, menos de 2 horas de sono conturbado levantamos, tomamos café é fomos para Paris, onde chegamos na cidade com uma hora apenas de atraso, mas o trânsito intenso turístico nos atrasou mais uma hora até chegarmos no local.

 

Agora começamos a nos agilizar pra irmos para a Holanda na cidade de Nijmegen que é a nossa próxima parada….

 

102 em Grenoble e Schrottbar em Biel

Estamos em Grenoble onde ontem tocamos mais uma vez com os amigos do Chicken´s Call !
A gig foi num espaco autogerido que vai completar 30 anos. Neste espaco rolam exposições, estúdio coletivo de ensaio, salas de reuniões da CNT, cinema e restaurante popular  vegano.  É uma construção antiga muito bonita e bem grande que inclui um pátio interno muito bacana.
Antes do som rolar teve a exibição do filme Noise and Resistance sobre o movimento anarcopunk na europa. Logo depois as 2 bandas tocaram para um público motivado e numeroso, o que deixou o ambiente bem descontraído.


Ontem dirigimos mais de 300km de Biel onde tocamos na quinta feira no Schrottbar.


O Schrottbar é um grupo de pessoas que conhecemos desde a nossa primeira vez na europa e que seguem vivendo da mesma forma apesar de hoje em local diferente, pois sofreram desalojo a alguns anos. Este novo lugar foi cedido pela prefeitura e é mais próximo a natureza, ao pé de uma montanha embaixo do viaduto da Autoban, elas moram em vagões que são casas móveis. O lugar é incrível, os vagões são super trabalhados e decorados com materiais reciclados do lixo. Foi demais termos ido, tocado lá e mais uma vez podermos vê-los.


Em algumas horas temos que estar em St. Etienne.

Deixando a Floresta Negra

Ontem tocamos mais uma vez num porão, no Kessel Keller, onde tocamos todas as vezes que viemos pro sul da Alemanha, é sempre ali que rolam as gigs da cidade.

Apesar de ser meio de semana, o pessoal apareceu e muita gente das antigas tava ali. Bacana.

O som tava rolando, pessoal tava se divertindo, mas lá pelo fim 2 caras brigaram. Paramos de tocar, saímos pra apartar a briga, outras pessoas junto e então paramos também para conversar sobre o ocorrido com todos que ali estavam e decidirmos juntos se iríamos continuar ou não. Pois pra nós não rola de tocar se é pra existir este tipo de coisa, que pensamos ter um tanto a ver com demarcação de território….falamos sobre esta coisa de macho, foi uma breve troca de ideia e pudemos expor nossa opinião com relação a isso.

Consenso entre todas de continuar tocando o bagúio! e tocamos mais uns 4 sons com fúria.

 

 

 

 

Uma noite que acabou com fogueira….

Estamos saindo para Suíca em alguns minutos….de lá trazemos as novas. Valeu pela atencão.

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Schwarz Wald

Estamos na Floresta Negra, na casa de grandes amigos que conhecemos já fazem 12 anos, desde a primeira vez que chegamos na europa. Desde aquela vez sempre nos apoiaram muito e já logo no início sentimos uma afinidade que foi se tornando uma grande amizade.

Fazendo um resumo dos últimos dias e acontecimentos….da última vez estávamos indo para Plauen. Chegamos no Projeckt Schundenberg que é uma casa grande, antiga, muito bonita na beira de um morro floresta. Eles tem uma infoshop com vários livros e zines anarquistas, local para leitura e materiais diversos, vários outros cômodos, cozinha, bar,uma varanda incrível, local para as gigs e no andar de cima ficam as acomodações dos moradores. Comemos uma massa vegana com cogumelos na varanda e logo mais o som começou com a banda polonesa Cast in Iron. Os caras fizeram um show bem enérgico, na parceria nos emprestaram todo o backline e pudemos fazer nosso som. curtimos bastante. depois do café da manhã coletivo nos despedimos de todos e viemos para o sul.

Depois de 6 horas viajando com muita chuva chegamos na cidade de Haslach, onde encontramos o pessoal da 54 Suicides com quem tocamos junto.

No dia seguinte seguimos para Freiburg onde tocamos no Wagenplatz Schattenparker. Wagenplatz são locais onde as pessoas moram com vagões e geralmente säo ocupações. O Schattenparker já foi uma ocupação, já sofreram desalojo e hoje elas tem um acordo com o município. Moram 40 pessoas, entre elas varias crianças. O lugar é lindo e o pessoal é bem agilizado e organizado. Jantamos um rango matador que incluía molho de amendoim…delicioso, sempre vegano. logo mais começamos a tocar, e fizemos um show longo até, já que eramos a única banda e o pessoal não queria acabar a festa. Foi muito divertido e nos sentimos muito bem tocando e energizadas com a intereção da galera. Uma troca. Vimos desta vez amigos que não víamos ha muitos anos mesmo. Isso foi muito bom. A noite seguiu com muita conversa, som muito bom na discotecagem, deutsch punk e outras coisas, cerveja e fogueira mais uma vez pra nossa felicidade. Dormimos num vagão reservado para hospedes/bandas, muito massa, todo de madeira.

 

Passamos a manhã por lá e trocamos mais ideias, conhecemos alguns vagões, dentre eles de um parceiro que pinta com cebo de vela. Nos mostrou sua oficina, seus trampos e deu um quadrinho pro Igor que o retribuiu com um backpatch onde tem o desenho que o Igor fez pra esta tour, que galera tá curtindo muito diga-se de passagem.

Agora neste dia de folga estamos aproveitando pra por o post em dia…mas não por muito tempo mais pra podermos vivenciar mais o aqui. tivemos uma manhã massa, fomos pra floresta, demos um longo passeio e entramos no lago artificial que tem por aqui, que na verdade é um local onde se retira areia e cascalho para construção…existem umas máquinas enormes pra fazerem  este trabalho e é bem esquisito, uma coisa mad max caribe….pois a água é azul cristalina.

 

Não teremos folga de gigs durante uma semana a partir de amanhä, entäo näo sei como será a atualização aqui. Vamos escrevendo sempre que der.

Amanhã tocamos em Offenburg ainda na Floresta Negra.

((A)) ((E))!

Garlic

Estamos em Halle. Pela tarde rumaremos para Plauen onde vamos tocar no Projeckt Schuldenberg.

Em Dresden tocamos no Garlic, uma hausprojeckt massa, muito bonito o espaco, e as gigs rolam no porão, muito clássico. Abaixo seguem umas fotinhos pra vcs darem uma checada. A noite foi interessante, La Casa Fantom da Noruega fez um ótimo show e o keller tava “fumando”. Depois nós tocamos e tinha tudo pra ser a melhor gig até agora, pelo clima, pelo local, em fim…mas o ampli de voz falhou. Vai sem microfone mesmo, de certa forma frustrante, mas a vontade de tocar era grande e assim foi. Novamente reencontramos amigas e amigos e a noite foi longa mais uma vez, uma fogueirinha esquentando e iluminando os rostos falantes e interessados naquele momento apenas.

1° de Maio – Halle//Reil 78

Como comecar este post…

dia longo, dia turbulento, dia emotivo…

Bem, hoje é 1° de maio e aqui na Alemanha significa outra coisa do que o dia dos trabalhadores…na verdade o que acontece é uma total sem sentido reivindicação dos nazis sobre este dia. Reivindicam este dia como deles e rolam muitas demos aqui. Da mesma forma pessoas de variadas correntes combatem impedindo estas demos de acontecerem fazendo o confronto.

Neste mesmo dia tínhamos uma gig na cidade de Halle.

Decidimos então em Bitterfeld de nos organizarmos cedo. Arrumamos a bagagem no carro, tomamos o café da manhã e pegamos a estrada. A viagem seria de apenas 30km.HPIM5040

Dia de sol, vento suave.

Mais ou menos a 9 km comecei a ouvir um barulho estranho vindo do carro e também a sentir uma vibração estranha, senti o carro diferente. Falei. Alguns momentos entre perceber, falar e o que se sucedeu… de repente perdi o controle do carro, quase fomos parar na outra mão da via, desviei, vinham carros. Estrada sem acostamento com um pequeno barranco e então também evitada a tempo. Sorte. Alguém gritou alguma coisa que segundos depois percebi que significava que alguma coisa tinha escapado, voado.

Todos assustados. Tenso.

A roda do carro tinha saído do eixo. Todos os parafusos no meio da estrada. Inacreditável.

Ficamos em realmente acreditar no que tava acontecendo, no que tinha acontecido.

Fizemos 30 km em 4 horas.

Chegamos na squat Reil 78. ajudamos a descascar batatas, tomamos chá, cerveja e reencontramos amigas e amigos que nos reconfortaram demais.

A gig começou cedo, quando vimos já estávamos tocando. E foi tudo o que a gente precisava.

De repente algumas pessoas saíram e pareciam nervosas. Viemos a saber depois que 2 fascistas entraram na squat e ao verem que havia um show e que haviam pessoas, saíram fora. O pessoal da squat os seguiu e viu que eles não estavam sozinhos, a alguns quarteirões se encontravam outros neonazis.

O pessoal da squat diz que foi muito bom ter organizado este show neste dia, pois assim a squat não ficou com poucas pessoas e isso foi uma forma de resistência. (nós que agradecemos por este momento).

Agora o dia se mostra, pela janela podemos ver a noite que se vai…são 5 da manhã…estamos aqui no bar da Reil com Jörn, que já tocou com a gente pela américa latina e europa em 2004. Grande amigo, grande pessoa. Relembrando momentos vivenciados.

 

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Witnessing Insanity…denying to give in.